Segundo levantamento feito pela reportagem do jornal
A Redação com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), há mudanças na composição do eleitorado goiano, especialmente na distribuição etária e no nível de escolaridade, consolidando tendências demográficas que podem impactar o cenário político estadual.
Biometria
A cobertura biométrica no Estado apresentou redução percentual, passando de 97,78% em 2021 para 93,09% em 2025. Em números absolutos, 4.579.586 eleitores possuem dados biométricos cadastrados atualmente, contra 4.530.888 em 2021. A diferença representa cerca de 340 mil eleitores sem biometria cadastrada no sistema eleitoral.
Escolaridade
O nível educacional do eleitorado goiano apresentou evolução positiva no período analisado. Eleitores com ensino médio completo passaram de 27,85% (1.290.664) em 2021 para 29,23% (1.437.863) em 2025. O percentual de eleitores com ensino superior completo manteve-se praticamente estável, variando de 11,95% para 11,91%.
O grupo com ensino fundamental incompleto reduziu de 22,98% para 21,09%, enquanto a taxa de analfabetismo entre eleitores caiu de 2,79% para 2,49%. O sociólogo Geraldo Correia observa que a evolução dos indicadores educacionais pode alterar padrões de comportamento político no Estado.
“A melhoria dos indicadores educacionais reflete políticas públicas de longo prazo e pode influenciar o comportamento eleitoral, já que eleitores mais escolarizados tendem a ter critérios diferentes de avaliação política”, observa.
Perfil
O Estado civil dos eleitores goianos sofreu alterações no período. O percentual de solteiros aumentou de 52% para 55%, enquanto o de casados diminuiu de 38% para 36%. A tendência reflete mudanças nos padrões de relacionamento da sociedade contemporânea.
Quanto à cor e raça, dados disponíveis apenas para 2025 mostram predominância de eleitores pardos (59,85%), seguidos por brancos (28,92%), pretos (9,95%), amarelos (1,15%) e indígenas (0,12%). O cientista político Felipe Andrade avalia que os dados demográficos sobre cor e raça são fundamentais para o planejamento eleitoral dos partidos políticos.
“Esses dados demográficos são cruciais para os partidos definirem suas coligações e estratégias de representatividade. A diversidade étnica do eleitorado goiano exige propostas inclusivas”, avalia.
Gênero
As mulheres mantêm predominância no eleitorado goiano, representando 53% dos eleitores em 2025, percentual ligeiramente superior aos 52% registrados em 2021. O eleitorado masculino corresponde a 47% do total atual, ante 48% há quatro anos. A diferença representa aproximadamente 295 mil eleitoras a mais que eleitores no Estado.
O sociólogo Geraldo Correia avalia que as mudanças na composição de gênero do eleitorado revelam transformações estruturais da sociedade goiana.
“O crescimento da participação feminina no eleitorado reflete transformações sociais profundas. As mulheres têm assumido protagonismo crescente na vida pública e isso se materializa na composição do corpo eleitoral”, analisa.
Idades
A distribuição etária revela envelhecimento do eleitorado goiano. Em 2021, o maior grupo estava na faixa de 35 a 39 anos (507.942 eleitores). Em 2025, a liderança passou para o grupo de 40 a 44 anos (510.087 eleitores), evidenciando o deslocamento etário da população.
O eleitorado jovem (16 a 24 anos) cresceu de 325.539 para 515.639 eleitores, representando aumento de 58,4%. Destaca-se o crescimento no grupo de 16 anos, que passou de 3.665 para 5.975 eleitores, e o de 18 anos, que saltou de 48.059 para 58.578 votantes.
Juventude
Os jovens eleitores representam tendência de renovação no cenário político goiano. O grupo de 16 e 17 anos, para quem o voto é facultativo, soma 35.941 eleitores em 2025, crescimento expressivo em relação aos 23.203 de 2021.
A faixa de 18 a 24 anos, que compreende o voto obrigatório inicial, registra 985.516 eleitores, demonstrando potencial de participação política da nova geração. O cientista político Felipe Andrade destaca que o crescimento expressivo do eleitorado jovem obriga as agremiações partidárias a reverem suas táticas de campanha.
“Esse crescimento do eleitorado jovem obriga os partidos a repensarem suas estratégias de comunicação e propostas. Os jovens têm pautas específicas e linguagem própria, especialmente no ambiente digital”, destaca.
Andrade avalia que o crescimento do eleitorado jovem contrasta com a estabilidade dos grupos mais maduros, sugerindo renovação do perfil político e possível mudança nas preferências eleitorais do Estado nos próximos pleitos.